quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pensa o Pensamento

Não há intento se não penso o pensamento. Às vezes finjo que invento, às vezes invento que finjo, mas nunca deixo de fazer, sempre tento. Faço e desfaço, brinco com as ideias e com as palavras, assim mesmo, do jeito que escrevo o que quero, como espaço, aço, cabaço. Refaço com gosto novo minha Razão. Será que a razão da minha Razão é racionalizada? Razão, racional, dividida? Qual é a razão de pensar? Penso que tenho razão. Será?
Assim sigo e converto aquilo que é no que não-é, mesmo não-sendo torno ser. Serve como exercício dialógico com aquele que chamam de “Self”, o “Si Mesmo”, nessa onomatopeia em espiral, indo e voltando mas nunca parado, ainda tento. Mas qual é o meu verdadeiro intento? Pensando o pensar, penso que penso, nada acontece. Aconteceria algo se deixasse de pensar? Penso que pensar é agir, ato de pensar, é verbo, palavra, verdade.
Então penso logo existo, não penso não existo. Ao pensar faço aquilo-que-não-é se transformar em aquilo-que-é, eu ajo, acho, com tamanho estranhamento, ou seria espanto? - assim faço, intencionalmente, penso o pensamento e crio o que antes não existia, imagino, pois imaginar, quiçá, seja o melhor pensar que tenha, o criar-pensar-pensamento.
No final nada digo, nada tenho a dizer, mas penso.

Um comentário:

Diego Cara disse...

Simplesmente magnífico.